E.E. Vicente Leporace – São Paulo/SP

 

Título da campanhaDados Á Prova D’ Água.

ObjetivoDados à prova d’água (Waterproofing Data – WPD, em inglês) é um projeto de pesquisa multidisciplinar que discute a governança dos riscos de inundações com foco nos aspectos sociais e culturais das práticas de dados. O projeto está sendo conduzido por uma equipe internacional de pesquisadores com formação em várias áreas do conhecimento das instituições parceiras do Brasil (Centro de Estudos de Administração Pública e Governo da Fundação Getúlio Vargas – CEAPG/FGV e Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais – Cemaden), da Alemanha (Universidade de Heidelberg) e do Reino Unido (Institute of Global Sustainable Development da University of Warwick), em estreita parceria com outros pesquisadores, governos e a população. WPD atua desde 2019 em parceria com a Escola Estadual Vicente Leporace e com a comunidade do Jardim Santa Edwiges, localizadas no Distrito do Jardim São Luiz da Prefeitura Regional de M’Boi Mirim, em São Paulo/SP. Em 2019 foi realizada uma pesquisa de campo em conjunto com alunos da Fundação Getúlio Vargas e a equipe gestora do projeto para realizar um banco de memórias de vivências de enchentes de residentes do jardim São Luiz (região sul de São Paulo). Foram entrevistadas 15 pessoas, que compartilharam suas experiências de inundações na região. Além disso, em 2019, o projeto realizou atividades de mapeamento colaborativo, registro de memórias de inundação e coleta de dados de chuvas com pluviômetros artesanais em parceria com a E.E. Vicente Leporace. Nestes trabalhos, percebemos que os moradores não produzem ou acessam dados que poderiam auxiliá-los a identificar e monitorar os riscos de desastres socioambientais, bem como se prevenir quanto a eles. Eles tampouco têm proximidade das instituições referências no monitoramento de desastres socioambientais, particularmente daqueles relacionados com chuvas e inundações. Com essa motivação, as disciplinas eletivas e oficinas vêm sendo realizadas na escola Vicente Leporace desde 2019 e também na E.E. Renato Braga em 2020 com o objetivo de empoderar jovens de dentro da comunidade do São Luiz sobre a importância do tema, de se conhecer o bairro a partir desse olhar e as instituições referências no assunto e que tenham contato com histórias de inundações próximos a eles. 

Público envolvidoAlunos do fundamental (sexto ano ao nono ano) na E E Renato Braga e alunos do ensino médio (terceiro ano) na E E Vicente Leporace; Distrito do Jd São Luís, na Prefeitura Regional de M’Boi Mirim (município de São Paulo).

AtividadesO planejamento da grade pedagógica e ações pensadas foram diversas vezes reformuladas pois na pandemia o futuro era incerto, fazendo com que tivéssemos um curto espaço de tempo de readaptação. Quando iniciou a pandemia, optamos por unir as turmas das duas escolas na mesma aula, que eram realizadas pela plataforma Google Meets todas as segundas feira das 11h50 até 12h30. A proposta inicial era de duração de um semestre, mas em julho optamos por seguir mais um semestre com as duas turmas. Dado esse contexto, detalhamos brevemente a seguir nossas atividades desde 2019 e em seguida enquanto eletiva:
1)Oficina de Pluviômetro (presencial em 2019): Nessa oficina os alunos tiveram como missão a construção de pluviômetros artesanais; 2)Oficina de capacitação (presencial em 2019): Realizada na escola, cujo objetivo era introduzir a ferramenta “Open Street Maps”; 3)Oficina de mapeamento colaborativo com OpenStreetMap (presencial em 2019): Realizada na FGV; 4)Aulas iniciais em 2020: Introdução aos conceitos de risco, inundações e enchentes; 5)Questionários: Produção de dados qualitativos para avaliar com a comunidade se eles conheciam esses termos anteriores e se já passaram ou conheciam alguém que tenha vivenciado inundações ou enchentes 6)Pesquisa qualitativa: Coleta de relatos sobre como foi ter vivenciado esses acontecimentos, bem como o que as pessoas fizeram para superação; 7)Podcast: A partir dos relatos realizados pelos alunos, atividade final seria transformar em uma narrativa. A história oral hoje é uma importante ferramenta para divulgação de experiências, conteúdos e promoção da resiliência urbana e da comunidade.

ResultadosOs resultados da campanha acreditamos que ficam entrelaçados entre subjetivos com objetivos, sendo os seguintes: 1) Aproximação com a temática pouco recorrente no dia a dia. 2) A partir das oficinas de pluviômetros, os alunos que participaram tiveram a experiência de como funciona um monitoramento de chuvas. 3) Experiência de pesquisadores mirins intercalando teoria e prática. 4) Produção de podcast. 5) Iniciativa de inscrição no Hacka Nex onde uma equipe de 5 alunos apresentaram um projeto de fomento tecnológico para criação de um aplicativo (inspirado no Waze) colaborativo sobre chuvas. 6) Live de culminância entre alunos do Acre, onde eles estudaram sobre fogo, e São Paula Água, para trocas de experiências e partilha de conhecimento. 7) A eletiva em questão teve a oportunidade de participar do IV Seminário de Educação em riscos e desastre onde foi apresentado como iniciativa inspiradas. Essa live foi um convite da Defesa Civil estadual.

Outras informaçõesA eletiva se encerrou no dia 07/12 em decorrência do calendário escolar dos alunos. A proposta para continuidade é a ampliação dos horizontes a partir dessa experiência, a criação de um manual dessa eletiva para que possa ser replicado por professores em diferentes escolas do Brasil. Por parte dos alunos, um grupo com 5 alunas aguardam o resultado Hacka Nex onde o aplicativo desenhado está inscrito como participante.

 

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