Instituto dos Cegos do Estado de Mato Grosso – Cuiabá/MT

Educação Ambiental para o enfrentamento dos riscos de desastres entre  Pessoas com Deficiência Visual

 

 

 

Com recorte explícito ao grupo de pessoas com deficiência visual (PcDV), e considerando as mudanças climáticas globais como um dos fatores que geram risco de desastres, queremos cartografar as áreas de risco de desastres em Cuiabá, considerando a exposição das pessoas com deficiência visual (PcDV), e tendo a escola como espaço-referência à inclusão. 
Objetivos específicos: 
– Realizar um estudo bibliográfico sobre as mudanças climáticas e as áreas de risco de desastre em Cuiabá; 
– Realizar o georreferenciamento das residências das PcDV atendidas pelo ICEMAT; 
– Planejar e realizar uma roda de diálogos sobre Educação Ambiental e Justiça Climática para a Prevenção de Desastres entre Pessoas com Deficiência Visual, onde discussões sobre as questões climáticas, situação de vulnerabilidade social, e a prevenção de risco de desastres entre PcDV, serão abordados em parceria com a Defesa Civil Municipal e Estadual; 
– Participar de oficina de audiodescrição, como forma de contribuir na elaboração de materiais pedagógicos de educação ambiental inclusivos, que tragam mensagens sobre as mudanças ambientais globais e a prevenção de risco de desastres. 

 

Considerando que o projeto ainda está em andamento, apresentamos os dados e informações referentes ao processo de construção da cartografia das áreas de risco de desastre em Cuiabá, considerando PcDV que estudam no ICEMAT. Na oportunidade da realização deste trabalho, também georreferenciamos os endereços de dados de 06 PcDV que frequentam a Associação Mato-grossense de Cegos (AMC) e, ainda, os endereços das respectivas instituições. 
Esclarecemos que o ICEMAT é uma instituição filantrópica, onde funciona a Escola Especial 25 de abril, que é mantida por meio de recursos públicos repassados pelo governo do Estado de Mato Grosso, pela Prefeitura Municipal de Cuiabá, e outras parcerias com instituições privadas. Com o foco na alfabetização em Braille e no Sistema Soroban, cerca de 130 estudantes cegos e com baixa visão, com idade mínima de 07 anos, recebem este atendimento, além de outras atividades como, musicalização, informática adaptada e falada, e atividade da vida diária, que são ofertadas no contra turno com escolas regulares, como o Centro de Educação de Jovens e Adultos – CEJA Profª Almira de Amorim Silva. Portanto, foram georreferenciados os endereços de 22 estudantes do ICEMAT, sendo 02 crianças (09 e 10 anos), e os demais são jovens e adultos (14 – 68 anos). 

 

Dentro da escola: após a apresentação detalhada do projeto à equipe gestora do ICEMAT, destacando que o mesmo se insere no contexto de uma pesquisa de doutorado, em andamento, buscou-se dialogar com a comunidade escolar sobre as condições de infraestrutura da escola, associando à percepção da comunidade a respeito dos eventuais riscos ambientais existentes no entorno, verificando a possibilidade da inserção desta temática no currículo e demais atividades propostas pela escola. 
Fora da escola:
– Levantamento e estudo bibliográfico, onde inclui-se as fontes do Núcleo de Proteção e Defesa Civil de Cuiabá – NUPDEC, o qual confirma as áreas de risco de enchente e inundações no município; informações técnicas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais – Cemaden, e ainda informações do relatório “Setorização de Áreas de Risco em Alto e Muito Alto Risco Geológico na Área Urbana do Município de Cuiabá” e o shapefile das áreas mapeadas, elaborados em 2014 pela Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais – CPRM, órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia (MME); 
– Georreferenciamento das residências das PcDV atendidas pelo ICEMAT, onde utilizou-se o transporte escolar da instituição; 
– Reuniões com o Juizado Volante Ambiental de Mato Grosso (JUVAM), e a Vara Especializada do Meio Ambiente do Ministério Público de Mato Grosso, onde a proposta de realização do 1º Seminário sobre Educação Ambiental e Justiça Climática para a Prevenção de Desastres entre Pessoas com Deficiência Visual, fora submetida, e parcialmente financiada; 
– Participação em uma oficina de audiodescrição, o que tem contribuído para a elaboração de propostas de materiais pedagógicos de educação ambiental inclusivas, que tratem das mudanças ambientais globais e a prevenção de risco de desastres, e com autoria da própria escola. Esta atividade encontra-se em andamento. 

 

– Construção da cartografia das áreas de risco de desastres em Cuiabá, considerando a exposição das pessoas com deficiência visual (PcDV). Este trabalho é inédito, e está em vias de ser publicado pela Rede Internacional de Pesquisadores em Educação Ambiental e Justiça Climática (REAJA). Encontra-se em elaboração pela equipe de profissionais do ICEMAT, uma proposta de tornar acessível as informações cartografadas, onde videntes e cegos buscam descrever o universo imagético presente na cartografia. Também está em fase de elaboração, um vídeo com audiodescrição, onde trata-se das vulnerabilidades das PcDV frente aos impactos das mudanças climáticas, especialmente aquelas associadas às previsões dos cientistas sobre o cenário brasileiro; 
– Após a realização desta etapa do projeto, o JUVAM e o MPE/MT, concederam recursos para viabilizar uma roda de diálogos na perspectiva do debate sobre o clima, os desastres e as PcDV, a ser realizada no ICEMAT, ainda no mês de outubro do corrente ano. Finalizada esta etapa, que contará com a parceria do Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte da Universidade Federal de Mato Grosso (GPEA/UFMT), e da Rede Internacional de Pesquisadores em Educação Ambiental e Justiça Climática (REAJA), bem como, técnicos da Defesa Civil local, acreditamos poder contribuir para o fortalecimento de instituições como o ICEMAT, de maneira que tenham participação social nos espaços onde se pesquisa e debate as questões climáticas.  Mais do que incentivar a cultura de prevenção de risco de desastres entre PcDV, aproximando escola e órgãos como a Defesa Civil Municipal, esperamos que a escola seja fortalecida enquanto espaço-referência à inclusão e, especificamente no contexto desta proposta, esperamos que o processo dinâmico da cartografia tenha continuidade, e incorpore outros grupos de pessoas com deficiência. Destarte, esta proposta possa contribuir para o rompimento de barreiras atitudinais entre PcDV. 

 

Outras informações: Este projeto está em andamento, de maneira que está aberto à outras possibilidades de parceria.

 

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