Ações Participativas na Restauração/Recuperação de Nascentes da Bacia do Córrego Sangradouro, Município de Cáceres-MT

Objetivos: Mobilizar, desenvolver ações participativas e promover a popularização para restauração/recuperação da área de preservação permanente das nascentes do córrego Sangradouro e melhorar a qualidade e disponibilidade da água do manancial. Ao sensibilizar os alunos e a comunidade é possível promover a conservação das nascentes do córrego Sangradouro.

Público envolvido: O projeto beneficia de forma direta, aproximadamente 150 pessoas entre professores e alunos do 3o, 4o e 5o ano do ensino fundamental da rede pública , 7 famílias do Assentamento Bom Jardim que ocupam as terras localizadas na área de recuperação das nascentes, estudantes de graduação, pós-graduação e docentes do curso de Ciências Biológicas da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT.

Atividades: As ações de mobilização realizadas com a escola para a conservação das nascentes do córrego Sangradouro prevê a recuperação da vegetação na área de recarga e com isso garantir à comunidade, no período de seca na região, disponibilidade de água para consumo e produção de alimento.  A importância e a necessidade da recuperação das nascentes representam segurança hídrica e alimentar diante do risco do processo de assoreamento pela supressão da vegetação com diminuição da disponibilidade de fontes hídricas na área. Assim, as atividades realizadas dentro da escola compreenderam inicialmente atividades lúdicas como mímica e passa bola com perguntas sobre o tema água, mata ciliar, e a importância da conservação de nascentes, oficinas de germinação, plantio de mudas para revitalizar a área verde da escola e tornar-se um espaço para atividades de educação ambiental. Fora da escola as atividades compreenderam a coleta de sementes na área da nascente, duas oficinas de germinação de sementes realizadas no espaço viveiro educador na cidade universitária – UNEMAT e no espaço, área verde, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Cáceres – SICMATUR, plantio de mudas das espécies nativas do local na área cercada da nascente; observação e avaliação pelos alunos das características físicas do córrego sangradouro e o seu entorno com uso de um protocolo de avaliação rápida do ambiente.

Resultados: Foram identificadas trinta e quatro espécies de plantas na área de preservação permanente das nascentes: Apeiba tibourbou, Albizia niopoides, Acrocomia aculeata, Acacia paniculata, Anandenanthera colubrina, Bauhinia rufa, Byrsonima orbignyana, Caryocar brasiliense, Coccoloba mollis, Cecropia pachystachya, Curatella americana, Enterolobium contortisiliquum, Eugenia dysenterica, Fagara rassleriana, Ficus guaranitica, Ginipa americana, Hadroanthus riodocensis, Hadroanthus avllanedae, Heteropterys afrodisíaca, Hymenaea corbaril, Manihot glaziovii, Inga sp, Sterculia apetala, Protium heptaphyllum, Psidium guineense, Physocalymma scaberrimum, Ruprechtia triflora, Samanea tubulosa/albizia, Tabebuia elliptica, Tibouchina arborea, Trema micranthera, Vitex cymosa, Vochysia divergens, Xilopia aromatica. Dentre as espécies do levantamento florístico aquelas cujas sementes estavam viáveis e disponíveis foram coletadas para a produção das mudas. Das sementes coletadas foram produzidas 1200 mudas e realizado o plantio de 750 mudas, entre o primeiro plantio realizado em outubro de 2017 (antes do cercamento) e o segundo plantio (pós cercamento) em abril de 2018. Participaram destas ações 46 alunos do terceiro e quarto ano do ensino fundamental I (séries iniciais), sete professoras da escola, sete estudantes da graduação do curso de Ciências Biológicas da UNEMAT, dois estudantes da Pós-Graduação em Ciências Ambientais da UNEMAT, dois docentes da universidade e 20 representantes entre moradores da área e das entidades parceiras do projeto. Observamos que as oficinas realizadas por meio de atividades lúdicas, a produção e o plantio de mudas, além da elaboração e aplicação do Protocolo teste de avaliação rápida do ambiente despertou o interesse dos alunos, dos moradores da área e dos demais parceiros do trabalho nas iniciativas que privilegiem a preservação ambiental. A percepção é que o sentimento de pertencimento evolui para o trabalho participativo, integrado e coletivo diante das decisões responsáveis para a conservação ambiental.

Outras informações: As ações para o plantio e as oficinas de germinação envolveram os alunos(as) e professoras da Escola, os moradores da área, estudantes e docentes da UNEMAT, representantes do Ministério Público, Juizado Ambiental, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Conselho Municipal de Meio Ambiente, Consórcio de nascentes do rio Paraguai, Instituto Gaia e 2o Batalhão de Fronteira. O projeto institucionalizado na Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, terá continuidade em 2019 até 2020. Está previsto para início de dezembro o cercamento da segunda área que contemplará duas nascentes, a coleta de sementes, produção de mudas e o plantio serão realizadas sempre com o envolvimento dos alunos e professores da escola unicipal Duque de Caxias e parceiros do projeto.