Título do projeto: Promoção de letramento científico por meio de educação patrimonial e de mapas conceituais em jogo de RPG
No segundo semestre de 2016, o projeto intitulado “Promoção de letramento científico por meio de educação patrimonial e de mapas conceituais em jogo de RPG” foi desenvolvido com estudantes do 3º ano do Ensino Médio, na disciplina de Química, com o objetivo de apresentar o conhecimento científico como instrumento para sociedades mais democráticas e participativas. Para esse fim, foi discutido o desastre tecnológico decorrente do rompimento da barragem de rejeitos de mineração em Mariana/MG, com foco nas implicações para diferentes atores sociais. A identificação dos estudantes com esse tema foi favorecida com uma contextualização a partir do patrimônio cultural local: quatro instituições de Lorena/SP, cidade em que se situa a escola, foram transformadas em personagens de um jogo de RPG. Cada uma delas, no jogo, representou interesses e demandas de diferentes atores sociais impactados pelo desastre de Mariana/MG: o Instituto Uka de Saberes Ancestrais (UKA) representou populações ribeirinha e indígena; a Floresta Nacional de Lorena (FLONA) representou unidades de conservação e de proteção ambiental; o Instituto de Estudos Valeparaibanos (IEV) representou o patrimônio histórico e cultural afetado; e a Escola de Engenharia de Lorena (EEL USP) representou instituições de ensino e pesquisa situadas na bacia do Rio Doce. Os estudantes da turma foram divididos em quatro equipes, cada qual interpretando uma instituição/personagem. Ao longo das rodadas semanais do jogo, as equipes aprofundaram-se nas características do personagem interpretado (isto é, o motivo de fundação daquela instituição; a sua missão, visão e valores) além de interagirem com as demais equipes/personagens, obtendo um entendimento mais amplo sobre as causas e as implicações deste desastre. Como fechamento do projeto, foram propostos pelos alunos aprimoramentos na legislação referente à extração de minérios, bem como reflexões sobre a conciliação, na medida do possível, dos diferentes interesses envolvidos em atividades de extração mineral. Já no primeiro semestre de 2017, esta discussão foi estendida a estudantes de graduação em engenharia química da Escola de Engenharia de Lorena EEL-USP. As atividades realizadas serão compiladas e disponibilizadas em uma cartilha para orientar novas propostas didáticas sobre desastres tecnológicos, e em particular sobre a temática de Mariana/MG, em outras instituições de ensino.